quinta-feira, 16 de julho de 2009

JOÃO CAMOSSA

....."Sexta-feira, 19 de Outubro de 2007
JOÃO CAMOSSA

O João foi um dos homens mais inteligentes que conheci. Dos mais cultos. Dos mais sábios.
Não tinha, nem pela humanidade nem por si próprio, uma consideração por aí além. Abominava o doutor Oliveira Salazar e o socialismo, achava que as pessoas se deviam agrupar em pequenos núcleos, já que, nos grandes, o diálogo era impossível. A si próprio atribuía, como ideologia, o “anarco-comunalismo”, coisa mirífica onde as pessoas se deviam dar bem porque se ignorariam quanto pudessem, e onde o Estado se tornaria (quase) desnecessário. Talvez por isso era monárquico, concebida a monarquia como um sistema em que o chefe era próximo porque longínquo, doce, estimado, não estava sujeito às dicussões dos fabricantes delas e só aparecia quando era indispensável, na certeza de que o ideal era que não precisasse de aparecer.
O João leu coisas que ninguém mais leu, sabia coisas que a mais ninguém era dado saber, pensava coisas que ninguém mais pensava.
Por baixo das anedotas que a seu respeito se contavam, talvez por ele incentivadas, escondia-se um ser pensante, quase genial, que raciocinava a galope e chegava a conclusãos que causavam estranheza, inveja, até repulsa à chã farronca do comum dos mortais.
Fizeram troça dele, abandonaram-no – em boa verdade não sei se foi ele quem abandonou os demais – riram-se dele na rua, das suas barbas grisalhas, dos seus dentes estragados, da sua roupa ridícula. Pior, muitos dos que lhe eram próximos recusaram-lhe a admiração e o respeito que lhe eram devidos. Não, ele não se importava, estava acima disso tudo.
Um dia em que passou de advogado a réu num tribunal plenário do salazarismo, apresentou-se de toga no respectivo banco. O juiz insistiu em que a tirasse. Ele acabou por obedecer. Tirou a toga. Estava nu lá por baixo. Vestiu a toga outra vez, por ordem do juiz. Foi preso, mas não por isso.
Várias foram as mulheres que por ele se apaixonaram. Nunca quis nenhuma lá em casa. Só a cadela o recebia, sempre alegre e reconhecida, quando, altas horas, ele metia a chave à porta. E se fosse uma mulher? - justificava-se, com uma graça sempre inteligente, mesmo que informada por uma misantropia visceral.
Os seus escritos, que transportava em bolsos imensos, quase a arrastar pelo chão, a contestação de Bernstein e Marx, as críticas ao senhor Soares (Mário), como ele lhe chamava, as suas teses sobre a nacionalidade, os descobrimentos, o miguelismo, sei lá, tudo deve estar perdido. Deve-lhe ter caído dos tais bolsos, já rotos, vítimas da usura e do desleixo.
Há Homens que muito poderiam ter dado, ou deixado, ao seu semelhante. Assim não aconteceu com João Carlos Camossa de Saldanha, não porque não tivesse produzido, e muito, mas porque nunca teve intenção de fazer disso honra.
Acabou os seus dias abandonado por si próprio e por quase todos os que muito lhe deviam, mas “achado” por um Amigo, daqueles que se pensa que já não há. Dos poucos que nunca fizeram troça dele, nem acharam que a sua “originalidade” era um defeito, nem se penduraram na sua argúcia em benefício próprio.
Adeus, João, obrigado pelo que me ensinaste, obrigado por nunca me teres traído, obrigado pelo desprezo a que votaste tanto oportunismo e tanta porcaria que andou à tua volta. Aprendi muito contigo, sabes? Se calhar nunca to disse. Paciência, olha, não sei se valeria a pena, não sei se há muito que valha a pena, para além de poder olhar para o espelho e não sentir vergonha.

António Borges de Carvalho
publicado por irritado às 18:59
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De efiel a 16 de Julho de 2009 às 17:22
Caríssimo Sr. António Borges de Carvalho.
Foi com surpresa que ao passar uma vista de olhos pela Internet me lembrei de escrever na pesquisa (João Camossa ) e me ter aparecido este magnifico artigo em que é descrito com um rigor surpreendente toda uma personalidade da figura que tive o prazer de conhecer e partilhar amizade, como este homem impar que apesar de todas as características que tão bem são por si descritas, era único, mas, ele próprio fazendo parte de Lisboa (Toda a Lisboa), mas, também todo o País que ele amava, (muito à sua maneira), que nos contava Histórias, Factos, acontecimentos e narrativas, como ninguém, que apesar de ser como descreve um personagem pouco dado a grandes comunhões típicas das amizades comuns, era, sem dúvida um verdadeiro amigo, que sabia muito bem compartilhar as alegrias e tristezas do dia a dia, com algo invulgar (que qualquer cidadão comum tem dificuldade em entender ) e que era uma sabedoria e um conhecimento de tudo, especialmente uma cultura invulgar, que eram sempre acompanhados de uma humildade impressionante. Que mais se poderá dizer para além do que aqui já foi escrito?Por exemplo: o Camossa " mesmo que não tivesse dinheiro (o que acontecia com regularidade), era capaz de ficar a dever em qualquer restaurante para que alguém em situações precárias se pudesse reconfortar. Depois pagava. Teria algumas birras, também é verdade, mas também tinha uma enorme capacidade de reaproximação e de perdoar se fosse caso disso.Pequeno Homem, mas grande espírito e enorme em convicções e culturalmente.
Que ele me perdoe de só agora poder manifestar, mas este é um dos amigos que recordo para sempre, porque o merece, e porque com ele aprendi a saber muitas coisas que de hoje em dia fazem parte de mim mesmo.
Um Abraço
Do Francisco Luiz Machado Santos

terça-feira, 14 de julho de 2009

QUAIS
"PINÓQUIOS"
COM
"CARA DE PAU"


A vida Pública nacional (entenda-se política) tem tido uma agitação especial no decorrente Ano de 2009, que irá perdurar em toda a sua extenção (ou não seja este um Ano de muitas eleições)
A capacidade elástica dos narizes mais visualizados na nossa praça não tem descrição possivel, dado o tamanho que se atinge e à indescritivel dureza das caras de Pau que os utilizadores dos referidos apendices de mentirosos compulsivos, que, por isso mesmo, conseguem estar nas (des)governanças deste País "pobre, deprimido e cada vez mais mal frequentado". Note-se que se disse "os narizes mais visualisados", pois na verdade, nunca foi visto em lado algum, tamanha campanha a todos os níveis de propaganda, onde os Vários canais de Televisão, as várias estações de Rádio Difusão, os vários Jornais, as várias revistas {as cor de rosa e as outras}, os cartazes monumentais mostrando o maior "cara-de-pau" de que há memória com uma expressão, profundamente estudada por técnicos (altamente bem pagos, "não se sabe lá muito bem com que dinheiros"), expressão essa que tem o desplante de mostrar inocência(?), ingenuidade(?), bondade(?), competência(?), "bom coração"(?), amigo do povo(?!!!!), mas, o que realmente se consegue vislumbrar dessa expressão é a simulação disso tudo (e mais alguma coisa), mas, sobretudo, algo que não consegue camuflar e que é muito real, que é o seguinte:- "Se não querem ser malhados, votem em mim, mas se votarem, não deixaram de o ser.... malhados", claro..... . Esta expessão (Malhados) é algo que um tal Santos Silva deveria ter ensinado nalgum "mestrado" feito nalguma tarde de Domingo, tal como é a especialidade da casa.
Mas, tudo isto é a consequência do "Vale tudo" que se tem utilizado para se ocupar as cadeiras do poder, que, no fundo, no fundo, sempre estiveram ocupadas pelas mesmas "bumdas", Oficial ou simuladamente. (Recorde-se que estes proeminentes narizes, implantados nestes pseudo-expressivas "caras de pau", de há praticamente 16 anos para cá, só lá não estiveram {oficialmente}, 3 anos) e, nestes tempos só fizeram maravilhas, e o que está mal foram os outros que trabalharam mal nos 3 anos que por lá passaram. Aqui, fica-me uma dúvida:- "Mas que competência é esta, de quem tudo prometeu e nada cumpriu, e que argumenta que se as coisas não estão tão bem, é porque os tais 3 anos em que supostamente os outros lá estiveram, se destruiu tudo, se fez tudo mal feito, que..... que.... que...... e, afinal, com tanta competência, não conseguem rectificar em 4/5 do tempo o que, segundo eles, os outros destruiram em 1/5. Então, onde está a tal auto-propagada competência?
Ahhhhhhhh.... Esquecia-me de reconhecer que a crise internacional também é culpada, aliás, a única culpada, de não se ter conseguido ultrapassar as dificuldades criadas nos tais ditos 3 anitos em que os outros lá estiveram. Sim porque a crise aqui nunca existiu, ou seja, existe porque é internacional, mas estas brilhantes "caras de Pau" com os respectivos implantes, conseguiram evitar que a crise cá chegasse.
Para dizer melhor, nós os portuguesitos estamos a viver as melhores das regalias que se poderiam ter por estas jornadas "pinoquianas", quase sempre enxertadas de paleios de Papagaios, pois é ver os Ministros (todos) presidentes de Camara e outros dirigentes(PS) a revezarem-se 24 Horas por dia em todos os Canais de Televisão, nas várias Estações de Radiodifusão, em todos os jornais, a afirmarem consecutivamente as virtudes desta área política e de todas as acções que fizeram e continuam a fazer, com todo o brilhantismo, pelo que o país está melhor, o povo está mais feliz, que o desemprego está sabiamente a ser combatido, que a economia se encontra em franca recuperação, que temos um serviço de saúde como nunca houve em Portugal, que as obras assistenciais são um verdadeiro exemplo a seguir, que o sector produtivo se encontra em franca ascensão, que o ensino está como nunca esteve e que, dando continuidade ao que propunha o programa eleitoral Socialista, aproximando o nivel de conhecimento e de cultura dos portugueses do resto da Europa, (reconhecimento implicito de que somos os mais atrasados) e, vai daí, em ano de eleições, toda a gente passa nos exames com médias que nenhum dos alunos julgariam ser possivel, (não havendo protestos como em anos anteriores), em grande parte, dando a possibilidade de acesso a graus superiores de ensino, pelo que não será dificil de entender que uma boa fatia de estudantes estarão muito gratos e este maravilhoso sistema que os deixa passar para níveis de ensino mais elevados. Pois é!!!! Tudo isto é muito Bonito....... E assim, nos aproximamos dos níveis de conhecimento do que é normal na Europa. Mas será?!!!- Será que esta maravilhosa formula (tais como as outras dos outros sectores) não passa d'uma "chica-espertice" com a finalidade de se ganharem alguns "votositos", para permanecerem no poder por mais um mandato? - Mas será que a capacidade de antevisão das coisas são tão limitadas, que não deixam ver que o resultado de tudo isto pode ser para além de errado, ser também desastroso? Será que estes enxertos de "papagaios" e de "caras de Pau" em "Pinóquios" Socialistas, não percebem que um País que passa diplomas de excelência ao desbarato, se está a descredebilizar em absoluto, e que, o produto das suas escolas (sejam elas quais forem) serão sempre olhadas com desconfiança pelos parceiros na União Europeia em particular, e pelas Nações do Mundo em Geral, por falta de preparação e de conhecimento em compatibilidade com os mesmos diplomas, e estes passarem a ser olhados como papel de embrulho de qualquer mercearia da esquina?
Assim, alertam-se os portugueses em geral, que estes Pinóquios, de Cara de Pau, a falarem como papagaios, tem um procedimento na Política como as ninfomaniacas, que passam os dias às janelas em trajes provocantes, hipnotizando os incautos para poderem usufruir dos seus próprios prazeres com todo o egoísmo, e que, sendo estas casadas, tomam conta da casa varrendo todo o lixo para debaixo do tapete, e escondendo a loiça por lavar, destruindo-a para comprar mais loiça nova, sem nada produzir a não ser o usufruir dos prazeres ninfomaníacos, vai gozando das regalias novorriquistas, endividando-se e criando conflitos que sempre tentam camuflar.
Até uma Próxima vez
Sou o
Francisco Luiz
14/07/2009